sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Um amor em Natal

Um amor que me lesse poemas
quando meus olhos glaucomatosos
exigissem minutos de silêncio.
Um amor que me levasse às falésias de sol
e lá de cima, tonto de anticrespúsculo,
me pedisse carícias duras.
Um amor que me escrevesse
trinta e uma vezes e mais trinta
toda vez que eu fugisse dos seus braços
para cumprir a penitência dos malditos.
Um amor que acompanhasse revoadas de santos
sobre a fortaleza, sobre o Potengi,sobre o meu peito,
a partir do santuário do seu sexo.


Celso Japiassu

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