domingo, 14 de dezembro de 2008

Solidão

Ó solidão!
À noite, quando, estranho,
Vagueio sem destino, pelas ruas,
O mar todo é de pedra...
E continuas.
Todo o vento é poeira...
E continuas.
A Lua, fria, pesa...
E continuas.
Uma hora passa e outra...
E continuas.
Nas minhas mãos vazias continuas,
No meu sexo indomável continuas,
Na minha branca insónia continuas,
Paro como quem foge.
E continuas.
Chamo por toda a gente.
E continuas.
Ninguém me ouve.
Ninguém!
E continuas.
Invento um verso...
E rasgo-o.
E continuas.
Eterna, continuas...
Mas sei por fim que sou do teu tamanho!


Pedro Homem de Mello

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