O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente,
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa
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2 comentários:
Adorei todas essas letras...
Bonito blog passe tb no meu.
Obrigada Fumador!
Já lá vou, depois de ir até à varanda (Brrrr) fumar um cigarrito...
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